terça-feira, 30 de março de 2010

your voice.

Maldita voz. Maldita voz que não vai sair dos meus ouvidos tão cedo. As lágrimas que já derramei parece que não foram suficientes. Nada nunca é suficiente. Agora eu tenho a tua guitarra, agora eu tenho a tua voz, tuas composições... Só me falta te ter. Quantas coisas poderiam ter sido construídas neste tempo jogado fora? Neste longo tempo que eu te quis... eu sempre te quis. Desde o primeiro olhar. Como de costume, vivo adicionando motivos para pensar em ti...
Olhos castanhos, cabelo loiro, chaveiro de guitarra, letras de músicas, melodias e canções. Algo mais? Quero parar de juntar aos poucos os motivos de te querer. Quero tudo de uma vez. Pra doer uma só vez, pra me matar uma só vez. Terminar com a angústia e a agonia que é não poder ter o que tanto eu almejo.

eu vou tentar fazer a coisa certa,pra quem sabe um dia você se orgulhar.

sábado, 27 de março de 2010

My drugs.

Foi tudo o que restou. Alguns cigarros e uma garrafa quase vazia. Depois de tantas idas e vindas, terminei assim. O delírio é o que me acompanha, o resultado de tantas doses. Meus sorrisos só surgem depois de cinco ou seis copos. A fumaça entre meus dedos, vai entrando pelos meus pulmões. Eu posso senti-la. Sensação melhor não há. O alívio, o esquecimento. Tudo o que importa é aquele momento. As coisas girando. O que nunca esteve no lugar está agora mais bagunçado ainda. E eu gosto disso.
Bom é quando faz mal. Mas até que ponto faz mal? Tão mal a ponto de me deixar feliz? Tão ruim que me faz sorrir com tanta facilidade? O que faz mal é ouvir tanta hipocrisia e não poder se refugiar nestas minhas drogas particulares. Chamem-me de ridícula. Mas as únicas coisas que me fazem bem agora são as que me matam devagar, sorrateiramente e sem dor.

quinta-feira, 25 de março de 2010

The only exception.

Embalada ao som da música The only exception, da banda Paramore, escrevo algumas linhas.

"Maybe I know somewhere deep in my soul
That love never lasts
And we've got to find other ways
To make it alone or keep a straight face
And I've always lived like this
Keeping a comfortable, distance
And up until now I swored to myself
That I'm content with loneliness,
Because none of it was ever worth the risk
But you are the only exception
I've got a tight grip on reality,
But I can't let go of what's front of me here
I know you're leaving in the morning, when you wake up,
Leave me of some kind of proof it's not a dream."

O medo consome agora os meus pensamentos. Serão verdade as tuas palavras? Deixas bem claro o que queres e é isso o que mais me encanta. Eu sei, não deveria. Na minha trilha sonora agora toca Leoni 'Garotos não resistem aos seus mistérios...'. Mistérios. Mas que mistérios? Eu já lhe disse até mais do que precisavas saber.
Se não me conhece quase tão bem quanto eu mesma é porque não prestou atenção às minhas palvras tanto quanto deveria. Vale a pena tentar? Beijos, blues e poesia. Neste caso Beijos, rock e cervejas, talvez seja exatamente o que eu preciso. 'É falta de namorado!', insistes em dizer. Talvez seja, talvez não. Um dia saberei.
Fato é que tantas vezes ouvi besteiras e palavras sem valor que agora fica difícil de acreditar que qualquer som que eu escute seja real. Entender é tão complicado quanto explicar. Gostaria de me atirar sem medo a qualquer coisa que me aparecesse. Já perdi muito por não tentar. Mas perdi mais ainda tentando.
Não gosto de generalizar, mas sei que o faço sem perceber. Para você, amante de minhas palvras, eu tenho muitas perguntas, atípicas eu diria. Não sou difícil, nem fácil. Só um tanto bagunçada. É preciso ler nas entrelinhas de meus olhos, eles muito lhe dirão. Paro de roubar-lhe o tempo com algumas palavras de um livro que trás em si muito de mim e de quem eu sou. Só para dar fim ao clichê e às minhas asneiras.

"(...) desistiu de qualquer esforço para melhorar. Consequentemente, o aspecto físico tornou-se o espelho de sua degradação mental: adotou um comportamento desleixado e uma aparência ignóbil; o seu mau humor natural deu origem a um excesso, quase demente, de insociabilidade, sentindo, por isso, um prazer mórbido em despertar a aversão (e não a simpatia) dos poucos que a rodeiam(...)" - O Morro dos Ventos Uivantes.-

quarta-feira, 24 de março de 2010

As cartas que ela manda.

Resposta ao escrito: "As cartas que eu não mando". É como eu vejo a cabeça deste meu personagem, como eu explico as respostas nunca dadas.

Olhava nos olhos daquela menina sem entender o porque de tanta obssessão. Chegava a ser doentio vê-la olhando para mim, parecia que ela conseguia ler cada gesto que eu fazia. Eu não me importava muito, nunca fui de me importar com essas coisas. 'São só sentimentos bobos' - é o que eu penso sobre tantas declarações.

Tão bobas quanto ela. Por isso nunca pensei em responder aos seus elogios e mil e uma cartinhas apaixonadas. Não levaria a nada. Ela um dia iria perceber que não sou o que está escrito e sim, muito pior. Chega de destruir corações. Ou não. Algumas vezes até me divirto com isso. Pode parecer um tanto maquiavélico de minha parte, mas sempre fui apaixonado por Maquiavel e suas teorias, então, não me importo. Maquiavélico ou não, às vezes é preciso rir dessa imensa idealização que eu não faço idéia de onde surge. Nunca tentei ser um príncipe para ninguém. A solidão me acompanha e me faz bem.
Também nunca prometi céus e terras. Nunca prometi nada. Parece que essa menina sabe mas não quer se conformar. Não brinquei com seus sentimentos, apenas agi com frieza. Frieza esta a qual ela já conhecia.
Ela deve me conhecer melhor do que eu mesmo. Pelo jeito com o qual se refere a mim tantas vezes. Estranho como alguém pode saber tanto de mim com tão poucas palavras. Sou muito limitado. Sobre as cartas... Eu não sei como devo responder. Qualquer palavra dita por mim pode ser confusa demais para uma cabeça tão ilusória entender. Um dia, talvez.

domingo, 21 de março de 2010

As cartas que eu não mando.

O dia estava clareando,provavelmente eram seis da manhã. Estava cansada demais para olhar o relógio. Levantei sem vontade, caminhei até a cozinha e tomei um copo de água. Antes de voltar a deitar, olhei para fora. A neblina cobria a janela, devia estar frio lá fora. Deitei novamente.
Na minha cabeça, tocava silenciosamente a nossa música. Aquela que eu dediquei a nós: "Porque não eu ah ah... porque não eu?." Cada palavra que nunca havia sido dita por você agora consumia minhas lembranças. Fechei os olhos, tentando, em vão, dormir. O relógio então marcava oito horas. Foi quando acordei, suando frio. Novamente eu havia sonhado com os teus olhos.
Peguei o telefone, disquei seu número. Uma voz sonolenta atendeu.
- Alô? - era uma mulher.
Desliguei, respirando com dificuldade, o ar que ali circulava. Por algum motivo, liguei novamente.
- Alô? - a mesma voz.
- Quem tá falando? - perguntei, nervosa.
- Quer falar com quem?
- Com o Daniel, ele tá aí? - meus dedos tremiam e minha voz falhava.
Um silêncio perturbador, e alguns instantes depois, a voz dele.
- Alô?
- Oi, sou eu. Queria te ver hoje, conversar.
- Hoje eu não posso, outro dia agente se fala. - desligou.
Respirei fundo. Eu já esperava aquela resposta. Deitei novamente, aninhando meu corpo aos cobertores bagunçados. Fiquei lembrando de certa vez que alguém me disse para parar de me matar, e matar a este meu amor.
No outro dia, na escola, ele estava parado no portão quando cheguei. No meu bolso, guardado à um papel que eu queria entregá-lo a muito tempo. Cheguei perto, disse bom dia, tirei do bolso o bilhete, entreguei. Saí cambaleando.
"Tantas vezes desejei lhe dizer tantas coisas, e quando eu finalmente consegui, alguém estranho me atendeu. Só quero que saiba que te amo, sempre te amei. Um dia você vai entender, e vai se arrepender então de cada palavra dita em vão, e das que não foram ditas também.

-Guardo pra te dar, as cartas que eu não mando"

Até hoje não obtive resposta alguma, até hoje não consigo dormir.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Então é loiro.

Loiro.
Então agora seus cabelos castanhos estão claros.
Cabelos claros como uma manhã de verão.
Uma manhã na qual os pássaros cantam alegres canções.
Claros como o sol vindo de encontro aos teus cabelos, deixando-o mais perfeito.
A pele clara, os olhos escuros.
Como é possível tudo sempre estar em tão perfeita beleza no teu ser?
Idealizo-te, sei que é erro meu.
Mas é dessa ilusão que eu me alimento.
É o desejo de você que me consome
enganando assim, a mim mesma.
Loiro.
Eu te quero ainda mais desse jeito.
Eu te quero sempre mais,
de qualquer jeito, eu confesso.
Os cigarros já não são o suficiente para me manter afastada.
Longe da inquietação e do vazio de não te ter.
Então é loiro.
Agora é loiro.
Um loiro claro de farmácia, que não me deixa dormir.
E este teu olhar, meu loiro, me atormenta
me consome até os sonhos -pesadelos-.
Quantas noites mau dormidas pensando em teus olhos
porque mudas a cor do cabelo, seu imbecil?
Assim além de todas as tuas esculturais formas
não consigo me afastar nem mais da cor de teus cabelos.
Tu não queres mais sair daqui,
e olha que nem sequer sabes que aqui permaneces.
Quero me aninhar em teu peito, acariciar teu rosto,
sussurrar em teu ouvido.
Jogo fora o meu orgulho, e qualquer dignidade que me reste,
só para abraçá-lo nestas noites frias de inverno.

domingo, 14 de março de 2010

Inverno

Inverno

Guto R.


O sol não aparece mais

Não, vc não esta aqui

Eu sabia. Particularmente.

O vento frio levou meus pensamentos ate você

E tudo se torna meio que sem controle algum


Agora eu consigo te ver

Venha ate mim

Sinto seu hálito fresco no meu rosto

E a neve em seus lábios frios


O que eu sinto não pode congelar

Não pode acabar

Vá embora, me odeie

Me odeie da mesma forma que você me amou, na mesma medida


Olhe para mim e me faça sofrer

AGORA

Antes que tudo acabe e o sol apareça e o seu rosto brilhe

Reluzente

Você é linda, você sabe o quanto é bonita


Abra a porta e olhe agora nos meus olhos,

Seja bem-vinda,

Eu esperei tanto tempo para te dizer tantas palavras

E agora que estás aqui, eu não quero mais.


A vontade de te ter foi embora,

Junto com o meu bom senso.

Seu rosto é como algo que eu nunca vi antes

Realmente, nunca havia encontrado um olhar tão vazio

Hipócrita.


Este é um poema do Guto, que por sinal, escreve muito bem!

Leia mais aqui : http://mind-guts.blogspot.com

terça-feira, 9 de março de 2010

380 estrelas.

Aquela noite estava diferente, eu podia ver todas as estrelas brilharem cada vez mais lindas e de um jeito especial no céu.
-380 estrelas, disse Marcos.
-380? Mas como você sabe? Não vá dizer que ficou contando estrelas!, dei uma breve gargalhada.
-Contei!, disse ele, sério.- Estava eu deitado certo dia, sem conseguir dormir por causa do calor, a janela estava aberta e o céu cheio de lindas estrelas; não pude evitar, comecei a contá-las. Vez ou outra eu me perdia pensando em coisas que me lembrassem aquelas estrelas, e tinha que começar a contar tudo novamente. 380!- afirmou novamente- no espaço deste pequeno quadro de maravilhas que é a minha janela, haviam 380 estrelas.
Eu olhava, perplexa, não sabia exatamente o que dizer. O quarto não era muito grande, haviam duas camas, na verdade apenas uma - que dava para aquela janela- a outra era apenas um colchão . As paredes eram brancas e sujas, a tinta descascava, ao lado da cama uma prateleira na qual eram guardadas as roupas - ao menos as que não estavam espalhadas pelo chão do local- e ao canto da parede, um violão.
Olhei para ele,séria:
- Eu gosto de você. - depois disso bebi mais uma dose de vodka e comecei a observar o gelo. Marcos me olhava.
- Isso é só paixão. Em breve você vai olhar para tras e rir de si mesma por dizer que gosta de um idiota como eu.
De cabeça baixa, tudo que eu conseguia fazer era escutar, e continuava brincando com aquelas pedras de gelo que ainda estavam no copo, tentando não falar mais do que devia, eu já havia me humilhado o bastante para um dia só.
- Eu sei.- disse eu.- Espero que o que eu sinto se desfaça, se dilua, da mesma forma que essas pedras de gelo. - Bebi.
Ele pegou o copo da minha mão, bebeu um gole da vodka, largou-o no chão, já vazio, acariciou meu rosto com cuidado, se aproximou tão devagar que pude sentir sua respiração ofegante cruzar com a minha, e me beijou.
Quando fui dormir, lembrei mil vezes de cada detalhe daquela tarde, e ainda podia sentir suas mãos perto das minhas, e nossos lábios em tão perfeita simetria. Deitada na cama, sem sono, eu olhava para o céu... Contei 380 estrelas.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O corvo


..."Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo, Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. "Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela. Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais. Meu coração se distraia pesquisando estes sinais. É o vento, e nada mais."...

De Edgar Allan Poe.

Conversando com meu tio sobre 'O Barril de Amontillado',deste mesmo autor, me foi recomendado este outro escrito de Poe. Com um traço um tanto melancólico e deprimente. Eu adorei!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Menina-Mulher


Quando tudo parece certo demais, quando as coisas começam a se encaixar, é aí que o destino resolve mostrar o seu lado mais sombrio. A dor chega, com cautela, fazendo sangrar delicadamente cada pedaço de seu corpo, dilacerando aos poucos o coração da menina que não mais merece sofrer.
E ela que sempre pensou que ganharia o mundo com aqueles olhos castanhos, que sempre pensou estar em liberdade entre as paredes daquela bolha; ela que tem uma necessidade incontrolável de vencer e sair ilesa. Ela caiu.
Ela caiu mas jamais pensou em desistir, seus olhos ficaram úmidos e vazios e a sua voz foi ficando cada vez mais fraca, e os gritos de fúria agora eram apenas murmúrios de uma boca inocente. Uma boca tão poucas vezes beijada... Uma boca que merece todo o respeito. Esculpida como que na medida certa para um único ser. Esculpida para beijar os lábios de um menino que precisa prestar mais atenção às facetas da menina-mulher que nos seus ombros adormece. Ei menino inocente, ela tem necessidades; necessidades essas que precisam ser saciadas.
Tudo que ela precisa saber por este meio,é que há alguém ali para segurá-la, alguém que a protegerá de todos os perigos deste 'mundo real', alguém que a coloca em primeiro plano, antes mesmo de si própria.

To my decoy, S.