sábado, 31 de março de 2012

Sonha, menina!

Fecha os olhos e sonha! Sonha porque a realidade é cruel. Sonha, e quado abrires teus olhos novamente não esqueça a fantasia do ninar. Vai pro teu mundo das fadas, dos anjos, dos céus claros, das estrelas.
É, menina, os dias aqui não tem sido fáceis. As horas demoram a passar e o inverno vem chegando. As flores que havíamos plantado pelos jardins estão murchando. E as alegrias do rolar na grama e correr ao ar livre já não são mais possíveis. Estamos todos presos, menina. Presos dentro de nós mesmos.
Sonha, menina. Sonha porque é no vazio do sono profundo que solitários como nós sentimos a ternura da felicidade plena.




quarta-feira, 14 de março de 2012

Na esperança de te ver chegar.

Apareceu de surpresa ao meu lado e disse em tom de brincadeira: "Finalmente consegui passar!". Meus pés não se moviam e passei a falar com pressa, sem nem saber que palavras saíam de minha boca. Breve diálogo. Passou-se o dia que mais pareceu se arrastar. Eu, eu me arrastei pelas paredes brancas rindo de mim mesma, tendo plena noção do quão ridícula me torno cada vez que chego perto dele. Os aos passam mas a reação continua a mesma. Totalmente ridícula.
Ao fim do dia, passou novamente ao meu lado. Foi, voltou, acendeu um cigarro. Vi seus olhos voltados para mim. Para mim? Doce ilusão, não é mesmo olhos castanhos? Agarrou uma bela loira pela cintura, beijou seus lábios uma, duas, talvez três vezes. Novamente, voltou seus olhos em minha direção, beijou-a novamente.
Por impulso, decidi sair. E então escuto de meus amigos que sou idiota, boba. Mas aqui dentro ainda canto tua canção: "Eu vou deitar, deixar a porta aberta..." Desejo mais uma vez que essa porta esteja aberta também para mim. Mas nunca está. Ontem mesmo havia dito para mim mesma que de tanto tentar aprender a nadar, morri na praia. Morri por dentro.