quarta-feira, 22 de setembro de 2010

The unforgiven.

Doces, doces olhares. Penetravam em seus olhos e acendiam o sorriso que carregava no rosto. Foi deixando para trás as lembranças, a vontade de viver... E permanece assim, sozinho. Ele por ele, enquanto as horas passam, o cigarro vai queimando entre seus dedos. Deseja te-la uma vez mais, mesmo sabendo que não será possível. Ela o deixou, embora ainda leve consigo todas as lembranças.
O tempo foi passando e ele esqueceu de viver. Mas a ecolha foi dele próprio. Decidiu isso no momento em que virou as costas. Está sempre fugindo do que lhe faz bem, e sabe disso. Não consegue estender as mãos na direção daquela que ama, tem medo de machucá-la novamente. E prefere não mais sorrir. Não deseja mais nada, nem mesmo respirar.
Desistiu dos sonhos e das ilusões. Desistiu de tudo. Tornando-se uma pessoa vazia e sem brilho.
Queima então as folhas velhas, com a esperança de que se queimem juntos seus devaneios. Mas continuam todos ali, cutucando. As imagens surgindo em preto e branco, lembranças de um passado bom, do tempo em que ainda sabia sorrir. Seus dentes tornaram-se amarelados por causa do café, e suas expressões foram se definhando cada dia mais. Em breve já não terá expressão alguma, nem mesmo de tristeza.
Ah, como ela queria poder ajudá-lo. Mas não se pode salvar uma pessoa que não quer salvar a si própria. Nem mesmo seus cabelos macios e seus olhos castanhos permaneceram bonitos. Todo e qualquer vestígio de vida naquele ser se apagou.


What I've felt, what I've known, never shined through in what I've shown. Never be, never see won't see what might have been. What I've felt, what I've known, never shined through in what I've shown. Never free, never me...So I dub the unforgiven.

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