quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Melodia.

Deitou na cama e apagou a luz. Talvez estar só nesse momento fosse exatamente o que precisava. Acendeu um cigarro, ouviu tocar ao fundo aquela canção do desespero. O silêncio. Sempre soube que estar em silêncio era triste, mas naquela noite ao chegar em casa novamente sozinha, se deu conta de que era tudo o que restava. A melodia do anoitecer continuava em sua cabeça.
Esperava algo a mais. Alguém que desse tanto quanto queria receber. Mas percebeu, naquele noite que novamente terminava solitária que a música que tocava ao fundo era a sua música. A canção da dor escondida, das expectativas não superadas, do amanhecer sem alguém ao seu lado na cama. Soube que a canção que embalaria o resto das noites seria esse silêncio estridente que ecoa pelo quarto buscando uma conversa vazia.
Aos poucos foi pegando no sono, tornando aquele silêncio sua canção de ninar. Talvez porque seja ali, nos sonhos, que os pormenores de tornam peças chaves da esperança que o coração ainda carrega.
Doces sonhos, sonhos doces.

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