segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Hoje.

Senti falta dos teus lábios esta manhã. No momento em que passei pela porta e vi teu rosto,as tuas formas tão perfeitamente esculpidas e o teu olhar ainda mais incerto; a tua voz continua soando forte, e as palavras saem da tua boca com cuidado,sempre certas. Camiseta preta e calça jeans, um cigarro entre os dedos... A única coisa que realmente mudou foi o cabelo, que ficou mais escuro, dando-te uma aparência ainda mais séria, teus traços de homem ainda melhor definidos.
No momento em que eu entrava sorrateiramente pela porta, teu olhar cruzou com o meu; tão rápido como os anteriores e tão sem vida quanto o meu corpo. Foi quando eu decidi sentar para poder te observar de canto; aprendi a prestar atenção em ti sem te olhar, o que é difícil perante a tua beleza, mas é melhor que nada.
Então tu virou as costas, e eu prestando atenção na tua camisa e no teu jeito de andar... falei baixinho,para mim mesma 'até logo,meu amor.' Fiquei ali mais um tempo, perdida entre os murmúrios que me rodeavam, quando decidi me levantar. Saí andando em direção à porta, vi um vulto e olhei para o corredor. Foi quando eu te vi, parei por um instante e tu andavas olhando para mim, minhas pernas não mais se mexiam e o meu estômago reclamava a ansiedade, a visão escureceu e eu tive de perguntar à minha amiga se aquilo realmente tinha acontecido...
-Vejo coisas acontedendo esse ano!,foi o que ela disse.
Mas de ti eu não espero nada, não mesmo.
Tu és imprevisível, e eu tenho medo de te querer ainda mais. O medo é meu maior companheiro em meio às paredes brancas e os sussuros que vem de longe neste lugar.

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