sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

don't you know?

E lá estava eu novamente, paralisada a olhar aquele rosto tão triste e decidido;aquela expressão vazia e sarcástica- que era só o que eu podia enxergar havia um tempo- aquele sorrizo debochado de seus lábios que não se moviam, suas mãos não mais suavam,apenas o estalar de seus dedos eu podia ouvir. Onde estava o meu amor? Aquele amor que eu criei pra mim, eu queria ele de volta. E aqueles olhos não o deixavam nem sequer mentir, eu olhava, olhava cada vez mais fundo, e ali estavam todas as respostas que ele não queria me dar. É claro, a minha insistência não levaria a nada, então eu decidi correr. Correr, correr para um lugar onde nem ele nem as suas feições pudessem me alcançar, tudo que eu precisava era esquecer daqueles olhos. Ah, pare de pensar nesses olhos, sua estúpida! Com tantos motivos para me manter respirando porque o principal dever ser os olhos castanhos deste meu amor? Estes cheios de mistério, cheios de alguma coisa que eu não consigo entender por mais que eu tente. Acho que depois de um tempo que um parasita se aloja dentro do seu corpo,ele ali permanece até que não lhe seja mais conveniente. É, não era mais conveniente para ele ter o meu calor, mas então porque ele continuou aqui dentro? Porque não foi embora junto com todas as minhas lembranças? Existem coisas dentro de mim, coisas que eu jamais conseguirei deixar para trás; medos e angústias, de alguém que precisava de outro alguém, e encontrou apenas sombras. Sombras de um quarto vazio e escuro; e ali permanecerá, nas sombras, até o fim dos dias. V

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