sábado, 17 de abril de 2010

Desabafo.

Ligo o rádio, deito. Impaciente, pego o livro que está no criado mudo e começo a ler. Página 58, e eu não lembro nem uma palavra sequer do foi lido. Cada vez que tento me afastar, me aproximo mais. É difícil querer terminar coisas que não começaram, está na lista de 'coisas que só eu consigo fazer'.
Levanto. Bocejando, enxo o copo. Limão, sal.. só pode ser uma tequila!
Ah, agora sim. Meu corpo todo está quente. Sedento pelo seu. Tiro o casaco. Como eu queria ter teu corpo aqui, agora. Só o corpo mesmo, porque o resto já não é necessário. Não há nada aí além de beleza. Bem, depois de mais umas doses, sua beleza basta.
Porque as palavras difíceis não levaram a lugar nenhum, os olhares vazios, menos ainda. Tudo sempre foi nada com você. Simplesmente nada. Estranho como as coisas ficaram bagunçadas e ninguém percebeu. Além de mim, é claro.
Parece uma sina. Me livro de um, vou logo para outro -pior ainda-. Ai que raciocínio burro!
Dizem que agente atraí tudo o que pensa. Já tentei não pensar negativo, mas é difícil. Muito difícil. Já sei... que ladainha mais old school. Que blablabla mais manjado. Guardo pra mim, oras. Azar o de quem perde tempo comigo.
Mais uma dose de tequila. Sozinha em casa, tiro a blusa.
Cada vez mais eu desejo o teu corpo junto do meu.
Outra dose. Cinco minutos depois, mais uma.
Tonta, rindo do nada, respiro fundo. Rio mais. Pode dizer que bebi demais, mas sei do que estou rindo. Só podia ser de mim mesma. Da decadência em que me encontro ultimamente - ultilamente é igual à alguns anos-.
E ainda perco tempo me lamentando com o nada. Me lamentando com uma máquina como se estivesse falando com um espelho.
Desligo o som. Deito novamente. Fecho os olhos. Girando.
Eu não quero mais nada, só desejo não acordar. Ao menos não tão cedo, não enquanto tudo continuar assim, tão errado. Tão igual.

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