quarta-feira, 24 de março de 2010

As cartas que ela manda.

Resposta ao escrito: "As cartas que eu não mando". É como eu vejo a cabeça deste meu personagem, como eu explico as respostas nunca dadas.

Olhava nos olhos daquela menina sem entender o porque de tanta obssessão. Chegava a ser doentio vê-la olhando para mim, parecia que ela conseguia ler cada gesto que eu fazia. Eu não me importava muito, nunca fui de me importar com essas coisas. 'São só sentimentos bobos' - é o que eu penso sobre tantas declarações.

Tão bobas quanto ela. Por isso nunca pensei em responder aos seus elogios e mil e uma cartinhas apaixonadas. Não levaria a nada. Ela um dia iria perceber que não sou o que está escrito e sim, muito pior. Chega de destruir corações. Ou não. Algumas vezes até me divirto com isso. Pode parecer um tanto maquiavélico de minha parte, mas sempre fui apaixonado por Maquiavel e suas teorias, então, não me importo. Maquiavélico ou não, às vezes é preciso rir dessa imensa idealização que eu não faço idéia de onde surge. Nunca tentei ser um príncipe para ninguém. A solidão me acompanha e me faz bem.
Também nunca prometi céus e terras. Nunca prometi nada. Parece que essa menina sabe mas não quer se conformar. Não brinquei com seus sentimentos, apenas agi com frieza. Frieza esta a qual ela já conhecia.
Ela deve me conhecer melhor do que eu mesmo. Pelo jeito com o qual se refere a mim tantas vezes. Estranho como alguém pode saber tanto de mim com tão poucas palavras. Sou muito limitado. Sobre as cartas... Eu não sei como devo responder. Qualquer palavra dita por mim pode ser confusa demais para uma cabeça tão ilusória entender. Um dia, talvez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário