quarta-feira, 17 de março de 2010

Então é loiro.

Loiro.
Então agora seus cabelos castanhos estão claros.
Cabelos claros como uma manhã de verão.
Uma manhã na qual os pássaros cantam alegres canções.
Claros como o sol vindo de encontro aos teus cabelos, deixando-o mais perfeito.
A pele clara, os olhos escuros.
Como é possível tudo sempre estar em tão perfeita beleza no teu ser?
Idealizo-te, sei que é erro meu.
Mas é dessa ilusão que eu me alimento.
É o desejo de você que me consome
enganando assim, a mim mesma.
Loiro.
Eu te quero ainda mais desse jeito.
Eu te quero sempre mais,
de qualquer jeito, eu confesso.
Os cigarros já não são o suficiente para me manter afastada.
Longe da inquietação e do vazio de não te ter.
Então é loiro.
Agora é loiro.
Um loiro claro de farmácia, que não me deixa dormir.
E este teu olhar, meu loiro, me atormenta
me consome até os sonhos -pesadelos-.
Quantas noites mau dormidas pensando em teus olhos
porque mudas a cor do cabelo, seu imbecil?
Assim além de todas as tuas esculturais formas
não consigo me afastar nem mais da cor de teus cabelos.
Tu não queres mais sair daqui,
e olha que nem sequer sabes que aqui permaneces.
Quero me aninhar em teu peito, acariciar teu rosto,
sussurrar em teu ouvido.
Jogo fora o meu orgulho, e qualquer dignidade que me reste,
só para abraçá-lo nestas noites frias de inverno.

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